08/01/2010

Objectivos

Esta semana, na escola, ouvi alguém dizer que a felicidade surgia quando os nossos objectivos eram cumpridos quer no campo amoroso, profissional, afectivo, etc... Eu não concordo mesmo nada com isto! A felicidade encontra-se apenas dentro de nós. Não podemos associar o prazer, o sentimento de realização pessoal devido a um objectivo concretizado à felicidade. A felicidade deve ser algo pleno, incapaz de ser modificado de um dia para o outro e intimamente ligado com as nossas crenças e propósitos. Já ouvi dizer também, e isto eu até concordo, que as pessoas que são felizes não têm a consciência de que são felizes até serem infelizes. Um pouco confuso, eu sei. Mas quantas vezes já não olharam para o vosso passado e pensaram: "Naquele tempo eu era tão feliz. As coisas eram mais fáceis. Passei momentos tão felizes." Até pode ser verdade mas também temos que considerar que o cérebro humano consegue eliminar muito facilmente as situações más, os maus momentos e as dificuldades e obstáculos difíceis de ultrapassar na altura. Se assim não fosse então como explicaríamos o facto dos nossos próprios pais não entenderem os seus filhos ou não compreenderem as fases de crescimento se eles próprios já passaram pelo mesmo? A resposta está no esquecimento.
Bom, mas aprofundaremos mais a questão dos objectivos. Não creio sinceramente que o cumprimento dos objectivos nos traga a felicidade. Quer maus ou bons, os objectivos podem trazem as consequências inerentes (sucesso ou fracasso) mas nunca irão conseguir oferecer-nos a felicidade pura. Talvez sinta-se uma atmosfera de prazer momentâneo, satisfação ou realização, mas nunca irá se traduzir num clima de felicidade. A felicidade provém de algo mais profundo, mais simples e verdadeiro para que não possa ser abalada por nenhuma atmosfera má onde maus acontecimentos surgem no nosso dia-a-dia. Por mais situações chatas e aborrecidas, que até nos podem levar a dar pancadas na cabeça, temos de conseguir geri-las para que não penetrem o nosso ser de tal maneira que possa chegar ao encontro da origem da nossa felicidade e arruinar o firmamento que criámos para que ela existisse. Creio que a adolescência tem muito a ver com isto: à medida que passamos a pouco e pouco para a fase adulta, passamos a ser responsáveis pela nossa vida e pela garantia da nossa felicidade. Na infância, os nossos pais garantiam o conforto, a segurança, a cura das nossas dores e assim geriam a nossa vida. A partir do momento que passamos a ser independentes somos responsáveis por gerir a nossa vida, tirar o melhor partido dela (vive-la abundantemente) e garantir a felicidade. Aqui sim, os objectivos entram em cena. Os objectivos a realizar são uma consequência de sermos felizes na nossa vida e de querermos tirar o melhor partido dela. Tem a ver com propósito. Por saberes o propósito da tua vida, sabes os objectivos a alcançar. E se não o saberes não faz mal. Podes sempre pedir ajuda às pessoas certas. Foi o que eu fiz, é o que eu faço e nunca deixarei de o fazer ;)