Quantas vezes ouvi músicas pop dos anos 80 e 90 porque a minha irmã ouvi-as sem parar, vez após vez após vez? Nunca percebi como ela conseguia estar tantas vezes a ouvir aquelas músicas sem se cansar, sem atualizar um pouco a lista de músicas que tinha no mp3. Até que encontrei as minhas músicas, as vozes e estilos cujos nunca me canso de ouvir, mesmo sendo elas o meu despertador e o meu toque de telemóvel. De seguida, apresento cada cantora e a respetiva música que nunca perde o encanto. (Carrega no título para ouvires a música no youtube.)
1. Lauryn Hill "I Gotta Find Peace Of Mind" do álbum MTV Unplugged No 2.0
1. Lauryn Hill "I Gotta Find Peace Of Mind" do álbum MTV Unplugged No 2.0
Uma música simples composta pela Lauryn que, com a sua voz um pouco rouca e alterada em algumas partes e tocando uma simples guitarra num palco vazio, consegue transmitir o diálogo que tem com a sua mente mostrando os mais verdadeiros pensamentos. A música conta com 9:19 minutos que passam a correr. À medida que os segundos vão passando, a expressão do coração de Hill torna-se cada vez mais intensa passando por momentos intensos, calmos, mais ritmados e mais harmoniosos. Este é o meu toque de telemóvel e o meu despertador faz dois anos e tal. Não é possível explicar o quanto me sinto identificada com a parte final da música em que ela chora e diz aquilo que diz. Esta mulher é de um talento extraordinário. Podem reconhece-la como a miúda do Sister Act ("Do Cabaret Para o Convento") ou como a vocalista de The Fugees que fizeram uma versão do Killing Me Softly. Esta música está incorporada num concerto que deu ao vivo num espaço intimista e foi para o ar na MTV. Durante todo o espetáculo ela cantou músicas tocando ao mesmo tempo com a sua guitarra e nada mais. Entre cada canção há um interlúdio em que ela fala sobre os mais variados pensamentos, desde a pressão dos media para que ela se insira num certo formato de vedeta ao relacionamento com o namorado da altura. Este álbum não fez sucesso, talvez perceba-se porquê.
É impressionante como a música tem a capacidade de comunicar tanto. O álbum "The Sea" é o mais recente da cantora e no decorrer da sua produção o seu marido faleceu, sendo que algumas músicas foram produzidas antes e depois do acontecimento. Esta música foi a que mais me tocou. Não querendo sair da minha cabeça, cada vez que ouvia esta canção, ela transmitia-me calma e percebia o desejo da cantora de sentir alguém que não conseguia ver ou ter. Quando fui pesquisar sobre esta canção eis o que encontrei: "I feel like I've been playing music and writing and using music to help me with all the different emotions that I've been feeling. When I started writing that I was thinking, 'I don't really want this song to go into the world, 'cause it's so naked…' But I had to". Isto confirma que esta faixa do álbum foi a mais "nua" de todas, a que refletiu mais os seus sentimentos e emoções. É impressionante o que a música faz.
Este álbum é o álbum de estreia da cantora lançado em 2006. Conheci esta canção através da MTV. Esta faixa consiste numa declaração de amor a alguém que já não é dela e que, deixando o seu orgulho de parte, pede para que ele não a deixe. A música é marcada por um ritmo e som que lembra as suas origens africanas (mais concretamente, nigerianas). Aquando desta pesquisa, gostei de saber que o presidente da UNICEF na França, Jacques Hintzy, anunciou em 4 de fevereiro de 2009 a nomeação de Ayo para embaixadora do órgão para a promoção do direito à educação de todas as crianças do mundo. Não só gosto desta música mas também de "Help Is Coming" e "Life Is Real" .
Conheci esta música pela primeira vez no filme Moulin Rouge, em que a personagem interpretada por Nicole Kidman canta um trecho num dos momentos mais importantes da ação. É importante salientar que vi este filme vezes sem conta, procurando conhecer todos os seus pormenores brilhantes. Um deles era este trecho maravilhoso e que levei anos a perceber que pertencia a uma música ainda mais fantástica. Vale a pena ouvir, mesmo muito. Tanto a letra como a música tocam-me. Descobri na pesquisa que realizei que o título é uma homenagem a Henryk Górecki, um compositor polaco.
Esta música é linda e também é a banda sonora de um dos filmes mais românticos de sempre, cujo realizador é Baz Luhrmann, o mesmo de Moulin Rouge. Um génio, digamos.
A própria cantora aparece no filme cantando a música, mais especificamente na cena em que os amantes se conhecem pela primeira vez, desconhecendo que pertencem a famílias inimigas. Vocês devem conhecer a cantora devido ao sucesso de "You Gotta Be". Vejam o trecho até o final. Esta música é simplesmente magnífica, e toda a orquestra que toca por detrás da voz grave, suave, vibrante da Des'ree, é simplesmente genial. A parte instrumental é das melhores.
Bom, e é assim que chegamos ao final das 5 músicas com as quais podia viver, ouvindo vezes e vezes sem conta sem me cansar. Agora, definitivamente, compreendo muito bem a minha irmã. Que venham mais músicas assim!